sexta-feira, 27 de julho de 2012

Desmistificando a Graça Barata [Continuação]



 Ainda hoje a graça barata é bastante disseminada, porém felizmente as escamas têm caído e muitos olhos têm sido abertos para enxergar o que é a graça, o verdadeiro evangelho pregado por Cristo e pelos Apóstolos e vivido pela igreja Primitiva. A graça de Deus sobre os homens de forma alguma é barata, pois custou a vida e o sangue do Seu Filho Unigênito, no qual não havia pecado algum. Por que então, nós pecadores por natureza e culpados, deveríamos nos contentar com qualquer evangelho, qualquer "graça" que nos é oferecida em vez de desfrutar da vida plena que Cristo conquistou para nós na cruz? É porque muita gente ainda não entendeu que ser salvo significa ser completamente transformado. 

 Esta é a Graça Transformadora, a graça que nos levará a ser outra pessoa, a ter uma nova identidade e uma nova forma de viver pelo Espírito Santo. Enfatizei anteriormente em diferentes posts que "não há salvação que não englobe arrependimento e transformação", isto porque os estágios da graça então ligados um ao outro, não há intervalos nem espaço para ficarmos "em cima do muro" e nem são opções isoladas entre si para que escolhamos em qual delas queremos ficar. Talvez eu pareça redundante, mas a minha intenção é que esta verdade fique impregnada na sua mente, e gravada no seu coração: você não pode escolher apenas ser salvo, pois "ser salvo significa ser completamente transformado".

 Mas, por que precisamos ser transformados? Por que "estar" salvo não é o suficiente? Na primeira parte deste tema falei sobre a natureza divina de Deus e a natureza do homem que foi criado para ser a imagem e semelhança de Deus, porém a desobediência do primeiro homem deu entrada ao pecado no mundo, e com o pecado a morte, fazendo com que a nossa natureza se tornasse caída e estar com Deus se tornasse impossível. Nestas 2 últimas semanas, o Espírito Santo vem ministrando à cerca do pecado em minha vida de uma forma nada superficial. Um grande equívoco nosso como seres humanos, é tratar deliberadamente o pecado como algo normal e até mesmo confortável. Já nascemos com o genes do pecado, e parece que à medida que crescemos com esse pecado, nos acostumamos em "sermos da forma que somos". Mas o maior de todos os equívocos humanos, principalmente nos dias atuais, é achar que podermos ter comunhão com Deus permanecendo na iniquidade. Aprendi recentemente que iniquidade é a permanência no pecado, ou seja, o sujeito está consciente de que pecou, e continua acumulando pecado "novo" em cima de pecado "velho", até todos estes pecados virarem uma bolota de iniquidade. A afirmação aqui é: Deus odeia o pecado, e o pecado nos separa de Deus. Apóstolo Paulo afirma em Romanos 3:23 que "todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus"! Então, se todos somos pecadores por natureza e se o pecado nos impede de estar com Deus, não há como "estar salvo" permanecendo na velha natureza caída pelo pecado. É por essa "simples" razão que crer apenas não basta para ser salvo, precisamos ser transformados!


 Esta transformação não acontece por esforço próprio e não será um toque de mágica da fada da Cinderela que nos transformará em novas criaturas. Esta transformação não dura apenas algumas horas e acaba à meia-noite, mas é uma transformação de vida que vale para a eternidade! Mas, então quem nos transforma? Respondo nas palavras do apóstolo Paulo:


 "E assim [Jesus] condenou o pecado na carne, a fim de que as justas exigências da Lei fossem plenamente satisfeitas em nós, que não vivemos segundo a carne, mas segundo o Espírito"
Romanos 8:4

 A transformação se dá por viver no Espírito de Deus, porém para viver pelo Espírito, antes é necessário fazer com que o velho homem morra...

 "Mas se Cristo está em vocês, o corpo está morto por causa do pecado, mas o espírito está vivo por causa da justiça"
Romanos 8:10

 ...para nascer de novo, do Espírito!

 "Respondeu Jesus: 'Digo-lhe a verdade: Ninguém pode entrar no Reino de Deus, se não nascer da água e do Espírito. O que nasce da carne é carne, mas o que nasce do Espírito é espírito. Não se surpreenda pelo fato de eu ter dito: É necessário que vocês nasçam de novo"

João 3:5-7

 A partir do momento que nascemos do Espírito não mais vivemos à velha maneira, obedientes à antiga natureza carnal e pecaminosa, mas passamos a viver pelo Espírito e a fazer o que Ele deseja (Gálatas 5:16). Quando vivemos pelo Espírito, tudo em nós é transformado: nossa mente, coração, modo de pensar, agir e enxergar, nossas atitudes e a forma de tratar as pessoas e de amá-las, escolhas e prioridades! Não manifestamos mais as obras da carne, mas passamos a manifestar os frutos do Espírito:

 "Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra estas coisas não há lei".
Gálatas 5:22


 Os frutos do Espírito testificam a transformação, mas em que, ou em quem somos transformados? Para responder à esta questão vamos voltar ao princípio de todas as coisas, em João capítulo 1:

 "No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus. Ele estava com Deus no princípio. Todas as coias foram feitas por intermédio dele; sem ele, nada do que existe teria sido feito. Nele estava a vida, e esta era a luz dos homens. A luz brilha nas trevas, e as trevas não a derrotaram (..)
Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade"
João 1:1-5, 14

 Jesus é a glória de Deus, e é para esta Glória que devemos olhar para sermos transformados. Para entender como isso se aplica a nós, façamos uma analogia: um espelho é posto em sua frente e uma imagem passa a ser projetada ali, porém esta imagem não será a sua própria, mas a imagem de Cristo. Quando você olha neste espelho e ver a imagem de Cristo refletida ali, o Espírito testifica no seu coração que é desta forma que você deve ser: a imagem da Glória do Unigênito de Deus. Quando nascemos e vivemos pelo Espírito de Deus e somos transformados à imagem e semelhança do Filho, o próprio Espírito Santo testifica ao nosso espírito que também somos filhos de Deus!

 "Se somos filhos, então somos herdeiros; herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, se de fato participamos dos seus sofrimentos, para também participarmos da sua glória"
Romanos 8:17

 "Salvação não é apenas sair do inferno, mas o inferno sair de dentro de nós"!
Ariovaldo Ramos

 Para que o inferno, ou seja, o pecado que nos condena à ele saia de dentro de nós, precisamos ser transformados! Quem é transformado é salvo, e quem tem a salvação pode crer na esperança da Vida Eterna que Deus preparou para todos aqueles que são Seus por intermédio do Seu Filho Jesus. Amém!

Continua...
Carol Mattos


sexta-feira, 20 de julho de 2012

1 Minuto - Oração: A respiração da alma!

Estou lançando aqui no blog o "1 Minuto", um espaço para mensagens rápidas, porém edificantes para o nosso dia-a-dia. Muitos desses pequenos textos consistem de pequenas anotações de mensagens que escuto em cultos ou eventos que tenho guardadas comigo. Assim como o Espírito Santo ainda fala ao meu coração quando as releio, creio que Ele também falará com você!


 Desfrute deste "1 Minuto" de edificação! Abraços.



Lucas 11:1-13


 "E aconteceu que, estando ele a orar num certo lugar, quando acabou, lhe disse um dos seus discípulos: Senhor, ensina-nos a orar, como também João ensinou a seus discípulos" v.1

Aqui neste capítulo, Jesus fala aos seus discípulos sobre como devemos orar ao Pai. Jesus relacionava-se com Deus Pai através da oração e hoje Deus deseja relacionar-se também com Seus filhos. Para que este RELACIONAMENTO aconteça a oração deve ser um habito cotidiano, não ocasional, quando se tem uma necessidade que o faz correr para pedir socorro à Deus.
O cristão deve perseverar na oração dia após dia, relacionando-se com Deus diariamente. Billy Grahn disse que "A oração é a respiração da alma". Isto porque a comunhão com Deus através da oração mantém Seu Espírito vivo em nós. Quando oramos, declaramos a nossa dependência de Deus, mas existe uma grande diferença entre orar e informar à Deus.
Quando na oração Jesus cita o "pão nosso de cada dia", Ele não se refere ao alimento físico, mas ao alimento espiritual: a Palavra de Deus é o pão nosso de cada dia!
A medida que nos relacionamos com as pessoas, passamos a conhecê-las melhor. Com Deus a regra é a mesma, por isso a oração nos tira da superficialidade e da formalidade, nos levando a relacionarmo-nos intimamente com Deus.
Oração também é ENTREGA. Quando oramos e nos alimentamos da Palavra de Deus, passamos a conhecer e empenhar-nos para cumprir a Sua vontade. A vontade de Deus é que todos creiam no Seu Filho Jesus e sejam salvos, por isso nos entregamos em oração para que seja feita "não a minha, mas a Sua vontade".
A oração nos leva à SANTIDADE e permite que o poder de Deus repouse em nós para profetizar! A oração quebra muralhas e a insistência da oração alcançará seus objetivos! Deus já está pronto, agora só depende de nós buscar, pedir e bater. Ana se derramou diante de Deus saindo da superficialidade. Quando temos uma vida de oração, passamos a ser OUSADOS.
Temos de entender que Deus nos coloca nos lugares para cumprir a vontade Dele ali e quem toca em Jesus, têm a Sua atenção voltada para Ele.  A toca Jesus, portanto nossa oração não deve ser indiferente, mas deve ser feita com Fé e consciente de que Deus nos ouve. 
A oração não terá resposta inútil!



sábado, 14 de julho de 2012

Desmistificando a Graça Barata!


 Hoje, em muitos lugares, a mensagem da cruz tornou-se contundente. Algum afirmam salvação sem ao menos ter ideia do que significa ser salvo! Outros ainda vão mais longe ao relacionar salvação à religião ou à medida de "bondade" atingida por cada indivíduo. Para muitos, aqueles merecedores do inferno são os tais assassinos, ladrões, malfeitores... Sim, estes alguns que, sentados em gabinetes roubam dissimuladamente o povo, podem aparecer nesta lista de eternos condenados. Indo na direção oposta desta linha de raciocínio, hoje trago este post na missão de desmistificar esta "graça" barata que vem sendo disseminada na sociedade brasileira.   

 À quase um mês atrás participei de um encontro no qual o pastor Ariovaldo Ramos foi convidado a ser o orador. O tema da mensagem daquela noite era exatamente este: A Graça Barata! Mas, o que é exatamente graça? Ao invés de responder prontamente a esta questão, quero convidá-los a examinar comigo o que o Espírito Santo nos falou através da vida do seu servo naquela noite de 15 de Junho.

 Ao contrário do que muitos pensam, graça não é simplesmente "favor não merecido". Esta graça a qual os apóstolos pregaram à igreja primitiva não se limita apenas à Deus nos fazer o favor de enviar Seu Único Filho, mesmos que não merecêssemos, para morrer em nosso lugar. A graça de Deus começa muito antes do calvário... Ela começa em Jesus!

Desde o momento em que nossos pais, Adão e Eva pecaram, a humanidade caiu em completo declínio . Vamos utilizar uma figura de linguagem: Logo abaixo, a balança de pesagem na qual um dos pratos é a humanidade, representa a relação de Deus com a sua criação antes da entrada do pecado no mundo.


 Havia um lindo jardim chamado Édem. Nele Deus havia plantado toda espécie de árvore frutífera e deu de todas elas para que o homem se alimentasse, exceto uma: a árvore do conhecimento do bem e do mal.  Adão e Eva desobedeceram à ordem de Deus quando comeram do fruto da árvore proibida. Foi por conta da desobediência que o pecado entrou no mundo, fazendo isto na relação de Deus com a sua criação:

É impossível existir se não estivermos em Deus! A criação existia em Deus e na relação que tinha com Ele no início, mas quando o pecado entrou na humanidade, este fez com que a nossa relação com Deus fosse desestabilizada, tornando impossível o acesso dos homens à Deus. Era exatamente neste ponto em que o homem deveria ter deixado de existir em Deus, e consequentemente ser exterminado. Porém é neste momento que começamos a ver os primeiros sinais da graça se manifestando entre os homens. 

"No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus. Ele estava com Deus no princípio. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele; sem ele, nada do que existe teria sido feito. Nele estava a vida, e esta era a luz dos homens. A luz brilha nas trevas, e as trevas não a derrotaram".
João 1:1-5

Quando João escreve os primeiros versículos de seu livro, ele se refere à Jesus. Jesus estava no princípio com Deus, e era Deus (princípio da trindade: Pai, Filho e Espírito Santo). Ao contrário do pensamento popular, o plano de salvação não começou em meados do antigo testamento, quando o homem "extrapolou a medida de pecado" e Deus viu a necessidade de fazer alguma coisa para não ter todo o trabalho para criar o mundo perdido! O plano para salvação dos homens entrou em ação quando Jesus tomou a cruz séculos antes da sua crucificação. Ele a carregou desde o princípio, fazendo com que a balança desigual fosse nivelada, pois o Santo de Deus no qual não há pecado assumiu a nossa culpa.  


  Ele veio carregando a cruz e sustentando a humanidade durante séculos, até finalmente plantá-la no Gólgota, lugar onde fora crucificado.

"Todavia, Deus que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, deu-nos vida com Cristo, quando ainda estávamos mortos em transgressões - pela graça vocês são salvos".
Efésios 2:4 e 5

  São 4 os estágios da verdadeira Graça de Deus. Esta primeira graça descrita em Efésios 2 chama-se Graça Mantenedora  (conhecida também como Graça Comum). A graça mantenedora é a graça com a qual Deus preserva a vida dos homens, tornando possível a existência. É pela graça mantenedora que até mesmo aqueles que ainda não creem na obra salvadora de Cristo na cruz estão vivos e desfrutam da bondade que Deus, que na prova de que é Verdadeiro, emprestou aos homens. É por conta desta bondade manifesta já na graça mantenedora, que até mesmos os "descrentes" podem desfrutar da criação, pensar, ter bom censo, amar, agir com justiça... Tudo porque Deus emprestou Sua bondade aos homens.

  O segundo estágio, ou segunda graça é a graça para qual Deus quer que todos vá: A Graça Salvadora!

"Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus"
Ef. 2:8

 Esta é a graça de Deus na qual está fundida o plano de Salvação para o homem por meio da fé no sacrifício de Jesus Cristo. Porém, iremos desmistificar um conceito levantado por nós mesmos sobre salvação. Quando se fala em salvação, muitos pensam somente no crer: Crer que existe um só Deus, que Jesus Cristo morreu e ressuscitou dos mortos, que Ele vive... A própria Bíblia diz que "até os demônios crêem e tremem" - Tiago 2:19. Mas neste mesmo texto, Tiago, no versículo 26 diz: "Assim como o corpo sem espírito está morto, a fé sem obras está morta"! A salvação não se consuma apenas na , mas também nas obras/ação, e a primeira ação da graça salvadora na vida de um indivíduo é o ARREPENDIMENTO (Notaram como tenho falado bastante sobre isto?).

  Esta graça leva-nos a nos arrepender de quem somos na nossa natureza humana caída pelo pecado. Todo o bem que praticamos, como já foi dito, é emprestado de Deus, mas a nossa natureza caída está condicionada a fazer tudo o que é contrário à natureza de Deus, e se Deus é bondoso, a nossa natureza contrária está destinada a praticar a maldade. Esta natureza queridos, iguala todos nós seres humanos ladrões ou não, assassinos ou não, pois a maldade está no DNA do homem caído, o que acontece é que alguns abandonaram a graça mantenedora e a bondade emprestada de Deus para praticar a maldade que já está na sua natureza caída. Aqui colocamos por terra a ideia de que o inferno é apenas para aquela lista seleta de indivíduos mencionados no topo. Se o que o que nos condena é o pecado, e se todos pecamos (Romanos 3:23), então o inferno é para todos nós!

 Espero que alguém ai não tenha ficado escandalizado com a declaração à cima, pois é a mais pura verdade! É por esta razão que a graça salvadora age com o arrependimento: Sem arrependimento não há perdão de pecados. Pois bem, já falei que arrependimento não limita-se num sentimento? Lembre-se de que o arrependimento é a primeira ação da graça salvadora, portanto a ação do arrependimento não pára num sentimento. 

 A graça salvadora não é obtida por meio de obras "para que ninguém se glorie" - Ef. 2:9 - mas as obras acompanham a fé. Esta graça é obtida porque somos pecadores e precisamos nos arrepender para sermos salvos. Deus odeia o pecado, e não há como vivermos eternamente com Ele permanecendo na velha natureza caída. Portanto, a segunda e importantíssima ação da graça salvadora é o nascer de novo! Somente morrendo para a velha natureza humana e nascendo transformados na nova natureza de Deus é que podemos de fato ser salvos. Por isso repito mais uma vez: Não há salvação sem arrependimento e transformação! Então, adeus velhas manias, velhas atitudes, velhos pensamentos, velhas vontades, velhos pecados e iniquidades!!!

"Salvação não é medo do inferno... É desejo de estar com Deus!"
Ariovaldo Ramos

Continua...

Carol Mattos

terça-feira, 10 de julho de 2012

Brincando de pecar, por Felipe Heiderich

Olá queridos leitores! Hoje vou compartilhar com vocês um artigo publicado pelo Felipe Heirerich no "Eu Escolhi Esperar" que confirmou no meu coração o que Deus tem ministrado nestes dias a mim. Enquanto muitos estão brincando de pecar, o diabo não está brincando em serviço... Lembremos do que foi dito no post anterior: não há verdadeira salvação sem arrependimento e transformação! 
Ótima reflexão!



"Não é difícil de ouvir por aí cristãos dizendo algumas frases “Bíblicas” que podem estar em muitos lugares, menos nas Escrituras Sagradas.
Coisas do tipo: 'cair é do homem e o levantar é de Deus' ou 'Faça a sua parte e eu te ajudarei' permeiam lábios que as reproduzem sem verificar a fonte. Já fui surpreendido com a célebre frase de Jesus: 'Eu vim para confundir, não para explicar', mas que na realidade não foi O Cristo que disse, mas sim um animador de auditório que viveu muitos séculos depois e que foi conhecido como 'Chacrinha'.
Quando olho para a falta de preocupação nossa em buscar nas Escrituras a fonte de verdade (como faziam os Bereanos em Atos 17) vejo claramente isso sendo refletido em outras áreas da vida. Cada vez mais menos pessoas se julgam com motivos de se arrependerem. Temos um crescente leva de homens e mulheres brincando de pecar e não entendendo o verdadeiro significado de ARREPENDER-SE.
Na justificativa de que Deus é amor, muitos 'brincam' com o pecado na expectativa do perdão futuro, esquecendo quão dolorido, sofrido e mortal foi o preço pago por Jesus para que pudéssemos alcançar redenção.
Analisando a morfologia da palavra ARREPENDER descubro o seguinte significado:
ARREPENDER = A (Negativo Grego) - RE (Repetição, De Novo) - PENDER (Cair) => Não De Novo Cair => Não Cair de Novo => ARREPENDER.
Eu não quero cair de novo. Mesmo que por algum motivo eu venha a cometer o mesmo erro, esse não era o desejo do meu coração. Quando olho para a Cruz eu sinto o sofrimento de Cristo e me recuso a rir do sofrimento dele para que eu possa cometer mais algum pecado conscientemente.
Outra palavra que me chama muito a atenção na Bíblia é a palavra INIQUIDADE.
Davi uma vez narrou sobre isso no Salmo 51:2 'Lava-me completamente da minha iniquidade, e purifica-me do meu pecado'. Ele falou sobre pecado e sobre iniquidade. Na minha leiga opinião, pecado é o erro nosso diário, quando por algum motivo não acertamos o alvo. Após confessado, você é lavado e remido. Limpo e purificado. Contudo quando o mesmo pecado é repetido muitas vezes, você acaba gerando justificativas para cometê-lo. Em um ponto mais crítico você passa a defendê-lo. O certo vira errado e o errado vira certo. Sua mente está cauterizada, o Espírito apagado dentro de você (Sl 51.11). Você já não se sente culpado e não vê mais motivos para se arrepender. Isso é Iniquidade.
Vemos muito isso acontecer em mudanças de comportamento, quando a pessoa se afasta de Deus e começa a retornar aos hábitos que possuía antes de seu encontro com o Criador. O certo já não é tão certo mais. Surgem as dúvidas. Cauteriza-se a mente. Instala-se a iniquidade.
Apesar de a frase: 'Nenhuma folha cai de uma árvore sem a permissão de Deus' também não estar na Bíblia, sabemos que existem inúmeras outras que mostram que Deus se interessa por você, sabe o que você está passando e quer passar junto com você, mas não brinque com coisa séria. O preço do Calvário foi alto demais. O sangue vertido que te purifica e inclusive lava a sua e a minha iniquidade saiu de alguém inocente que fez o que fez por amor a nós.
Vivamos uma vida de arrependimento genuíno e focado na Cruz, pois 'É necessário que Ele cresça e que eu diminua' isso sim está na Bíblia em João 3:30.
Na paz d’Aquele que fez tudo novo e pagou preço de sangue para que eu e você vivêssemos!"
Felipe Heiderich
Pastor e apresentador de TV
Twitter: @FelipeHeiderich
Artigo extraído do EU ESCOLHI ESPERAR


segunda-feira, 9 de julho de 2012

Eles chamaram a atenção de Jesus III



Enfim chegamos ao final de mais uma sequência de posts. Antes de mais nada gostaria de me desculpar pela demora deste último post e por não publicar outros enquanto trabalhava neste em especial, pois nestas semanas estou participando na organização de alguns eventos que só me possibilitaram tempo para dedicar-me a um assunto. Além da dificuldade de tempo, confesso que este post foi um dos mais trabalhosos com que me deparei, porém nosso Deus sabe de todas as coisas e creio que este tempo de estudo, oração e dedicação no assunto não estava fora do conhecimento Dele. Esta é a última história de “Eles chamaram a atenção de Jesus” e a oportunidade para Deus falar particularmente em cada coração, portanto querido leitor, leia esta mensagem com o coração aberto e esteja sensível ao falar do Espírito Santo, pois a Palavra de Deus não volta para Ele vazia (Isaías 55:11). Boa reflexão!
Tamanho não é documento...
Lucas 19:1-10
O tempo da crucificação estava cada vez mais próximo e Jesus já estava a caminho de Jerusalém. Pela possível trajetória de Jesus à Jerusalém, Jericó não entraria necessariamente no roteiro das cidades que rumavam para lá, porém Ele desviou-Se da trajetória atual para passar através de Jericó. Jesus não era um viajante inexperiente, mas havia uma razão para tardar a chegada ao Seu destino.
Foi chegando a Jericó que o Senhor restaurou a visão a Bartimeu e curou a mulher da hemorragia. Porém a missão do Mestre naquela região ainda não havia se completado. Nesta mesma cidade residia Zaqueu, chefe dos publicanos (cobradores de impostos). Sua posição certamente o favorecia economicamente, mas para isto ele tinha de pagar um preço: ser odiado por seu próprio povo. A sociedade não o tinha em estima, pois cobradores de impostos eram considerados mercenários por seus conterrâneos e ironicamente considerados traidores pelos Romanos (a quem prestavam este serviço), pois extorquiam o próprio povo. Como se não bastasse a rejeição social, Zaqueu era um homem de pequena estatura, o que possivelmente fazia-o alvo de comentários, olhares e brincadeiras inconvenientes. Esta aí um homem que, segundo a compreensão popular e religiosa da época, tinha todas as características de quem passa despercebido ou é desprezado diante dos que se consideravam “santos”... Era rotulado um potencial pecador. Mas Zaqueu não era tão pequeno e insignificante diante daquEle que de fato É Santo!
Apesar do desprezo, este chefe dos publicanos tinha status econômico. O dinheiro pode ter dominado por muito tempo o trono do seu coração, mas naquele momento o coração de Zaqueu desejava apenas uma coisa:
“Ele queria ver quem era Jesus, mas ão podia por causa da multidão, por ser ele de pequena estatura”. (v 3)
Creio que a descrição bíblica “ele queria ver quem era Jesus” não é relativa, mas pessoal. Não está relacionada ao que Jesus fazia, tampouco aos acontecimentos que giravam em torno Dele, mas esta descrição foca na própria pessoa de Jesus Cristo . Ao contrário da maioria que estava ali pelos fatores externos, Zaqueu queria ver de fato quem era a pessoa denominada o Cristo, ou seja, o Ungido de Deus.
Mais uma vez a figura da multidão está presente cercando o Mestre, dificultando o acesso à Ele e no caso do pequeno Zaqueu, dificultando até mesmo a visão. Não é por um acaso que nestas 3 histórias a multidão aparece como elemento de dificuldade ou desmotivação. Atualmente a figura da multidão pode ser representada por tudo o que dificulta e obstrui o nosso acesso e visão de Cristo. As tribulações (vistas da ótica natural distorcem nossa visão de Cristo), pessoas negativistas ou que aparecem em nosso caminho simplesmente com o propósito de nos afastar do Senhor e a ostentação pelas coisas deste mundo sugerem a multidão dos nossos dias.
Ser pequeno parece ser outra dificuldade. Agora não me refiro à altura, mas a pequenez do nosso “ser”. O “ser pequeno” em si não é o problema, mas a forma como muitos lidam com este estado interior. Para alguns “sentir-se pequeno” pode ser sinônimo de dois sentimentos: inferioridade e rejeição. Associado a acontecimentos passados ou atuais, esta ideia de se sentir pequeno pode ser resultado da rejeição ou ausência dos pais, inferioridade diante do sucesso de outras pessoas, desvalorização pela sociedade. Toda essa carga pode criar uma falsa ideia de que o indivíduo é pequeno demais para ser visto por um Deus no qual a “multidão” faz parecer estar longe.
O “ser pequeno” que devemos considerar está associado ao fato de sermos dependentes de Deus. A nossa natureza humana caída nos limita, tornando-nos pequenos no modo de pensar, de ver, entender, amar e viver uma vida plena. É mediante o nascer de novo que obtemos a plenitude do “ser”. Quando Cristo vive em mim posso viver de maneira plena, pois Ele transcede minhas limitações.
Zaqueu, talvez que inconsciente, desejava esta plenitude. Por essa razão correu adiante e subiu numa figueira brava para ver o Mestre, pois Ele passaria por ali (v 4). Ao passar por debaixo da árvore, Jesus instantaneamente olhou para cima e chamou Zaqueu pelo nome (v 5). Desta vez não foi necessário gritar para Jesus nem ao menos tocá-Lo. Antes mesmo de entrar em Jericó, o Senhor conhecia muito bem quem estaria em cima daquela árvore: um cobrador de impostos pequeno na altura e no ser, rico em posses, porém rejeitado pela sociedade, com um coração desejoso não de ver curas extraordinárias ou pães e peixes se multiplicando, mas um coração desejoso de ver quem Ele era e a oportunidade de um milagre maravilhoso. Aqui entendemos o desvio de Jesus para esta cidade: Ele foi atraído a Jericó (talvez o maior incentivo) pelo que estava no coração de Zaqueu.
Jesus pede para que o pequeno homem desça rápido, pois Ele queria ficar em sua casa “hoje”. É importante prestarmos atenção no sentido do que Jesus disse e sua duplicidade: Quando Ele diz “quero ficar em sua casa hoje”, o ficar não se refere à uma hospedagem comum, mas a uma permanência especial. O hoje não limita essa permanência àquele dia apenas, mas “de hoje em diante”. A duplicidade desta frase está na palavra casa. Jesus não quer apenas permanecer numa casa física (provavelmente de blocos de pedra), mas a primeira qualidade de casa à qual Jesus se refere é o lar de Zaqueu e sua família. A segunda qualidade de casa na qual Jesus deseja permanecer afirma o amor incondicional do nosso Deus. “Quero ficar em sua casa hoje” na verdade é Jesus dizendo “Zaqueu, quero ficar em seu coração hoje, transformá-lo e fazer morada permanente nele”!
Como a Palavra de Deus é poderosa! Apesar de Jesus ainda não ter consumado sua obra na cruz, ascendido ao céu e enviado o Espírito Santo, Ele deu a Zaqueu a perspectiva do que estava prestes a acontecer após o cumprimento de sua missão neste mundo. Certamente havia pessoas “melhores” que Zaqueu, com vidas exemplares, fiéis observantes da lei e melhores aceitos pela sociedade, porém Jesus quis ficar na casa de um cobrador de impostos, mal visto e desprezado pela sociedade (v 7). O Mestre não deu maior importância a quem Zaqueu era naquele momento, mas a quem ele se tornaria em breve. Esta, queridos leitores, é a graça de Deus sobre os homens!
Zaqueu imediatamente desceu da árvore e recebeu Jesus com alegria (v 6)! Que momento maravilhoso: o cobrador de impostos recebe Jesus em sua vida, e o Santo entra na vida de um pecador potencial trazendo! A manifestação desta salvação está na transformação:

“Zaqueu levantou-se e disse ao Senhor: ‘Olha Senhor! Estou dando a metade dos meus bens aos pobres; e se de alguém extorqui alguma coisa, devolverei quatro vezes mais”.
“Jesus lhe disse: ‘Hoje houve salvação nesta casa! Porque este homem também é filho de Abraão”...(v 8 e 9)
A presença de Jesus na vida de Zaqueu trouxe-lhe salvação. A salvação gera arrependimento, e o arrependimento gera necessidade de transformação. Estas são as características da vida na qual Cristo ficou. A presença do Senhor no viver do ser humano não é passiva, mas ativa. Esta Presença transforma a maneira de viver, ações, pensamentos, escolhas e tudo o que engloba nosso ‘ser’! Naquele dia, houve salvação na casa de Zaqueu, e a primeira ação transformada que este homem teve foi a de ressarcir os que foram prejudicados por suas ações pecaminosas. Querido leitor, não existe salvação sem transformação! Aquele que se diz salvo e permanece na velha vida, praticando os mesmos pecados, pensando e agindo da antiga maneira, engana-se, pois “Ninguém põe remendo de pano novo em roupa velha, pois o remendo forçará a roupa, torando pior o rasgo. Nem se põe vinho novo em vasilha de couro velha; se o fizer, a vasilha rebentará, o vinho se derramará e a vasilha se estragará. Ao contrário, põe-se vinho novo em vasilha de couro nova; e ambos se conservam” Mateus 9:16 e 17.
Zaqueu foi um dos personagens que se destacaram na trajetória bíblica. O Enredo de sua história foca a Salvação, porém é rico em cura (interior), ressurreição (da auto estima) e provisão (de alegria). Muitas vezes lemos a história, ouvimos a pregação, cantamos a música, mas não notamos com tanta relevância os milagres que ocorreram a partir da descida daquela árvore.
Concluímos com estas 3 histórias que, quantas vezes forem necessárias Jesus tornará a desviar-se do seu rumo atual para ir em busca daqueles que lhe chamaram a atenção. Seja um pobre cego, uma mulher simples ou um rico infeliz, Jesus não será atraído por sua aparência física, posição social/econômica ou preferência cultural... Se você quiser chamar a atenção do Mestre, basta a fé e um coração aberto para Ele. Certamente Este Jesus irá encontrá-lo, pois “o Filho do homem veio buscar e salvar o que estava perdido” (v 10)! É para isso que Ele veio e é para isso que Ele vem!
Um forte abraço!
Carol Mattos